Domingo. Um velho, Pedro, está no Jóquei Clube de São Paulo olhando os cavalos concorrentes do próximo páreo no folheto. Ele faz suas especulações primárias e então é a hora sagrada de ir para as arquibancadas e olhar ao vivo para os cavalos no desfile, antes da corrida. Esse momento sempre pôde mudar todo o seu palpite para o vencedor. Mas dessa vez, olhou para o cavalo número 6 e teve a confirmação que precisava. Leve, esguio, potente. Desceu até a grade para olhar de perto e contemplar todos os cavalos e seus jóqueis por mais um tempo enquanto eles se dirigiam para a largada. Definitivamente era o 6. Faltavam 2 minutos para o tiro, tudo bem, era só ir aos guichês e apostar 50 reais no 6. Estava pagando 4,4, ou seja, contando que iriam apostar nele durante a corrida, sairia com uns 200 talvez. Virou ansioso para subir a arquibancada até o guichê de aposta e, no primeiro degrau, travou. A coluna deu uma fisgada horrível na região lombar e Pedro foi obrigado a parar. Não conseguiu se mover e a largada foi dada. Os cavalos suavam na pista e ele suava tentando alcançar o guichê. Um velho de óculos fundo de garrafa o olhava indiferente de trás do vidro lá em cima. Todos olhavam para os cavalos, excitados, e ninguém o percebeu naquela posição esquisita, de costas para a pista. Acompanhava a corrida por aquele telão horrível e viu seu cavalo cruzar a linha de chegada dois corpos a frente do segundo colocado. O favorito ficara entre os últimos.
Me desculpem, mas dos últimos 10 livros que eu li 9 eram bukowski. e não é modo de dizer, são os números, então não tenho muito para onde fugir.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
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