sexta-feira, 5 de abril de 2013

À mercê da AA


Karen foi o nome do anjo da American Airlines que lutou pra enfiar o máximo de passageiros no penúltimo vôo de New York para LA de hoje e provavelmente de amanhã. Todo o resto estava cancelado pela tempestade de neve que estava chegando. Aprendi algumas lições, como não ignorar uma previsão de neve no dia do seu vôo - algo que um brasileiro dificilmente daria a importância correta antes de ter uma primeira experiência -, e realmente NUNCA chegar atrasado num vôo. Quando acontece aqueles infortúnios ou atrasos, ou cancelamentos de vôos pela empresa, é outra situação, pois eles provavelmente vão te tratar com prioridade pois tem que arcar mais com a responsabilidade de te recompensar por algo que foi culpa "deles". Agora, se você é quem perdeu hora pra acordar e chegou atrasado, honey, você tá na merda, vai pegar um vôo quando der e ainda vai ter que passar pela situação de ver eles pagando para que pessoas de vôos iminentes ocupem assentos livres em vôos seguintes - eles fazem isso pois sim, frequentemente vendem mais assentos do que cabe em um determinado vôo e aí as meninas do embarque tem que ficar lidando com esse tipo de situação absolutamente idiota. Mas a questão é, você é último em prioridade, pois na sua frente entram todos os que estão se ferrando só pelos erros e irresponsabilidade da própria companhia, e mesmo depois desses eles tentariam vender mais assentos se houver tempo, ou seja, você vai entrar só se naqueles últimos 15 ou 5 minutos antes do avião decolar, ainda tiver assento livre.
Claro que aí existem esses seres na verdade nada anjos, mas sim muito humanos, como a Karen ou a Elizabeth hoje, que olham realmente para as pessoas que estão ali no stand-by list e se colocam do lado delas, entendem que ser realocado pra um vôo daqui a 2 dias, não é uma solução muito amigável, e que lutam por esses passageiros e realmente podem fazer a diferença. E aí o resultado foi que eu e mais umas pessoas, inclusive algumas meninas que estavam no aeroporto desde ontem já trocando de stand-by list pra stand-by list, conseguiram embarcar no último vôo pra costa oeste antes da nevasca em Nova York. 
Nesse momento sento mais ou menos confortavelmente no avião pra LA, já há umas 7 horas - claro que faz tempo que o conforto deixou de ser prioridade, só de estar indo com sucesso ao encontro da Nat em San Francisco e saber que certamente até amanhã cedo eu estarei na cidade (talvez hoje a noite ainda), é ótimo. Infelizmente este vôo demorou pra decolar - por conta da neve forte já rolando tiveram que primeiro jogar um líquido marrom alaranjado no avião para tirar o gelo que tinha se formado seguida de uma substância verde pra que gelo não se formasse de novo em pelo menos 1 hora -, então é bem provável que eu perca o vôo de conexão pra SF que a Ana, uma loira da American Airlines, gentilmente me colocou. O capitão acabou de avisar que pousaremos em 15 minutos em LA, chuva leve lá, ventos do Noroeste.  

sexta-feira, 22 de março de 2013

A menina na quadra de casa

Nada como chegar em casa a pé, tirar a roupa e ficar de cueca curtindo a noite tranquila.

Merda, acabei de lembrar que esqueci meus óculos no carro.

Aconteceu agora há pouco, quinta-feira a noite, São Paulo, eu estava descendo a Augusta desde o posto ALE, na Peixoto Gomide. Na verdade estávamos no Corujão, um boteco bem estilo augusta (simples, sujo e com Brahma a 7 reais), aonde você senta nas mesas ao longo da calçada e tem que ficar atento para os momentos em que o garçom põe o nariz pra fora do bar e dá uma olhada pros lados - é aí que você consegue chamar ele e pedir mais cerveja (de longe, claro, ele não vai andar até sua mesa pra perguntar o que você quer, o sinal é levantar a garrafa vazia).

Bom, estávamos lá há uma meia hora atrás e aí nos despedimos e eu comecei a andar pra casa, descendo a querida-suja-famosa-hipster-obscena augusta. Passei por várias meninas e na última quadra uma delas - bem bonita, vestida estilo brasileira urbana verão: calça jeans apertada, blusinha amarrada na barriga, cinto e algum tipo de calçado - veio diretamente até mim e me segurou delicadamente no braço. As mãos eram ásperas e seguravam firme mas delicadamente. Em uma cena que durou no máximo 5 segundos, ela começou a perguntar se eu queria ela, se eu gostava de mulher, se eu era gay, ao que eu informei que não, sorrindo mas tentando me desvencilhar de uma forma delicada e rápida, ao que em seguida ela disse que tinha sido operada, como que argumentando para que eu ficasse com ela. Admito que me pegou de surpresa - com mais alguns segundos talvez eu tivesse duvidado de uma mão firme e áspera - mas ela era realmente feminina e realmente gostosa e bonita inclusive.
Em seguida ela já me largou e seguimos nossos caminhos.

A questão é que o episódio todo me deixou uma sensação boa, cheguei em casa 2 minutos depois com um sentimento bom no coração. Sei que parece ridículo, mas pra falar a verdade a prostituição em si nunca me incomodou, talvez por ter presenciado tanto nos bairros em que morei em SP (butantã e na augusta), mas também por achar algo natural da sociedade, algo que tem que ser encarado com leveza, naturalidade. Tirando isso, a forma carinhosa e até divertida com que ela tentou me chamar a atenção, sem insistir demais, e as perguntas totalmente diretas e ausentes de preconceito que ela fez, me trouxeram leveza. Eu gostaria de ajudar essa moça, eu quis sorrir pra ela, eu queria sentar pra conversar com ela.

Mas aí foi só isso mesmo e eu achei curioso.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Happiness

Pois é, provavelmente todo esse desespero é culpa minha mesmo. Isso porque tem uma frase que de tempos em tempos volta sem o menor aviso e vem pra me dar um só grande tapa, do lado esquerdo do rosto, como que ultrajada por eu ter esquecido dela. Como um menino da roça desatento toma um novo coice por repetir o mesmo erro estúpido de andar atrás do gado.

"A felicidade só é real quando compartilhada."
Talvez ela nem seja totalmente verdade, mas talvez ela seja algo como 80 ou 90% verdade. E eu teimo em levar ela com leviandade, com pouca atenção.
É uma verdade geral humana, claro, e com certeza é exatamente por isso que as redes sociais e todo esse compartilhamento potencializado da vida social das pessoas existe com tanta força. Parece comercial mas não é: um momento feliz se torna realmenre mais feliz se você o compartilha mais.

Em situações mais extremas, o próprio sentido do momento se perde se ele não for vivido em grupo de nenhuma forma.

Eu ia agora refletir que isso só é assim porque existe algum valor humano que dá base e motivo pra essa condição. Um valor que de possível existência variável de um humano pea outro. Mas na verdade talvez seja exatamente diferente: por ser essa necessidade de compartilhar tão grande, talvez isso seja inerente a todos mesmo. Talvez possamos definir uma condição humana como algo mais basal que um valor, que pode se modificar.

Insegurança é uma condição humana.
Vida social é uma condição humana. (???)
Provavelmente é sim. Mas a vida social como necesidade não é desdobramento da condição insegurança?
Então vida social é uma necessidade psicológica, proveniente da condição insuperável sa insegurança.
Mas essa realização da felicidade apenas quando compartilhada não é exatamente ligado à insegurança... qual é a condição, a fonte na psique humana que dá existência à necessidade de compartilhar a felicidade?

Vamos ficar com esse pensamento por enquanto.

Boa noite,
aqui de uma Nova Iorque solitária.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Ser vivo

Agora, de manha, olhando pra minha perna cheia de pelos claros e com o sol refletindo de canto neles, tive a consciência própria como um ser vivo e pulsante, um claro integrante do reino dos animais. Fiquei feliz.

2013. Estou muito consciente da vida nesse começo de ano. A proximidade de duas mortes de pessoas queridas me fez isso. Pretendo manter esse estado ao máximo e aproveitar a última lição que ambos me deram nessa vida.

sábado, 12 de maio de 2012

o ímpeto

Hoje foi noite de relaxar. Tomei 3 gim + limão + açúcar e gelo, foi bem bom.

To sem ímpeto de escrever há muito tempo! Por isso mesmo que resolvi vir aqui escrever e ver o que está acontecendo e qual é o problema.

Não sei exatamente pra onde ta indo minha vida. Aquele velho problema: quando a gente diminui o ritmo um pouco e começa a ter tempo demais pra pensar, as coisas parecem estranhas e sem sentido, e deprimentes.
E aí a gente vem escrever né?

Vou escutar um lou reed ou coisa que o valha


não sei o que fazer quanto a nada, quero sentar na minha cama e passar 37 dias me arrastando entre a cama, a sala e a cozinha, com algumas expedições à rua

tenho um problema de consciência.
Minha consciencia pesa pelos mais efêmeros motivos e isso me atrapalha a relaxar. to sem trabalhar pra valer faz tipo 2 semanas e já to achando que eu não tenho o direito de descansar um fim de semana inteiro.

preciso comprar um presente de dia das mães pra mamãe e também reatar com minha namorada. mas eu não tenho realmente vontade ou ímpeto de fazer nenhuma dessas duas coisas.
preciso responder 2 ofertas de trabalho, mas tenho preguiça, preciso preciso e quanto mais eu preciso menos eu quero

A cura poderia ser ver gente mas não é, poderia ser comer, lavar roupa, namorar, descansar, trabalhar, mas nada disso é a cura. Só o trabalho acaba sendo um distrator do problema, mas o problema... o problema mesmo é de dentro, é meu mesmo.

Chamei esse post de IMPETO, porque usei a palavra umas 3 vezes já nesse post. sempre me referindo à falta dele.

Tive uma imagem agora de eu mesmo virando um brinquedo daqueles de corda que anda pra frente e bate os pratos.


Engraçado como ele é um macaco, um macaco é apropriado

Não paro de procurar uma SOLUÇÃO, quase uma MÁGICA, que explique o que ta acontecendo comigo

A solução que cheguei agora é que minha vida tá muito PARADA, NORMAL.
preciso que coisas ZOADAS e  MUITO BOAS aconteçam, viver mais "institivamente" como diria Anaïs.
talvez seja isso, quando isso acontece naturalmente as coisas rodam, vão pra algum lugar. eu sinto falta de as coisas irem pra algum lugar, eu não to indo pra lugar quase nenhum há muito tempo pro meu gosto .e não digo só em termos profissionais nem nada, digo em geral, é como se eu tivesse retrocedendo psicologicamente. e é aí que entra o bonequinho que bate os pratos.

enquanto eu puder bater os pratos pelo menos, ainda vai estar beleza.

eu preciso me conectar virtualmente menos. esse tipo de merda ocupa muito tempo da vida sem você perceber, é como se engolisse sua vida muito sutilmente.

vou PARAR de abrir o facebook e entrar no email apenas em momentos ESPECÍFICOS do dia, e assumir os emails que eu não quero responder e deixar eles sumirem nas profundezas do gmail ao invés de deixar eles NÃO LIDOS por meses na primeira página.

Esse tipo de merda parece idiota mas esse é o ponto em que chegamos, cidadão do futuro ou do passado que possa estar lendo isso. Esse tipo de decisão realmente faz diferença na vida de um puto no ano de 2012.

segunda-feira, 12 de março de 2012

BANHO

hahaha, acabei de pensar numa verdade temporária pra mim durante o banho.
ou o presente é bom, ou vc escreve sobre ele

isso não é 100%, mas é grande parte do tempo.

sabe que vc sempre vai pensar em coisas interessantes durante o banho e vai sentir aquela urgência de pegar um pc, ou um papel e caneta, mas o banho vai estar gostoso demais pra qualquer uma dessas coisas
hora de tomar um banho REFRESCANTE
pensa menos, pensar muito sozinho nao é sempre bom pra vc mesmo.


assistir o teclado è divertido


burning through the skyyyyyyyyyyyy

ooooooooooaaaaaaaaaaaaaa
Eu nao penso mais como antes

Nao me reconheci agora, talvez seja a ambição. É boa

né?

Eu vou sobreviver com certeza

Mudar é bom. isso com certeza
o jaazz me diz isso (quase disse dizia, mas ainda me diz)

Só preciso escrever pra alguém. talvez isso seja melhor.


A gente só deve crer no seu eu presente. senão entra-se num vício de dúvida.
e aí com certeza não serve pra nada

acredite no efetivo e no prático e no presente e no real

e de resto no desapego

e a partir daí no que te faz rir e no entretenimento
é, esse ai é o meu post de inicio de 2012

terça-feira, 26 de abril de 2011

To the moon

Boa noite queridos terrestres.

Gostaria de parabenizar a todos por estarem vivos e suportando.
Ninguém realmente merece nada. Nós todos simplesmente estamos aí e é bom e ruim e não existe a idéia de "merecer". Assim como não existe "culpa".

Fly me to the moon, and let me play among the stars
Let me see what's spring is like on Jupiter and Mars

In other words, hold my hand
In other words, darling, kiss me

Fill my heart with song. Let me sing forever more
You're all I long for, all I worship and adore

In other words, please be true
In other words, I love you


Tududururudu
Turururudururu
Paaan, tududuuuuuururururu