sexta-feira, 5 de abril de 2013
À mercê da AA
sexta-feira, 22 de março de 2013
A menina na quadra de casa
Merda, acabei de lembrar que esqueci meus óculos no carro.
Aconteceu agora há pouco, quinta-feira a noite, São Paulo, eu estava descendo a Augusta desde o posto ALE, na Peixoto Gomide. Na verdade estávamos no Corujão, um boteco bem estilo augusta (simples, sujo e com Brahma a 7 reais), aonde você senta nas mesas ao longo da calçada e tem que ficar atento para os momentos em que o garçom põe o nariz pra fora do bar e dá uma olhada pros lados - é aí que você consegue chamar ele e pedir mais cerveja (de longe, claro, ele não vai andar até sua mesa pra perguntar o que você quer, o sinal é levantar a garrafa vazia).
Bom, estávamos lá há uma meia hora atrás e aí nos despedimos e eu comecei a andar pra casa, descendo a querida-suja-famosa-hipster-obscena augusta. Passei por várias meninas e na última quadra uma delas - bem bonita, vestida estilo brasileira urbana verão: calça jeans apertada, blusinha amarrada na barriga, cinto e algum tipo de calçado - veio diretamente até mim e me segurou delicadamente no braço. As mãos eram ásperas e seguravam firme mas delicadamente. Em uma cena que durou no máximo 5 segundos, ela começou a perguntar se eu queria ela, se eu gostava de mulher, se eu era gay, ao que eu informei que não, sorrindo mas tentando me desvencilhar de uma forma delicada e rápida, ao que em seguida ela disse que tinha sido operada, como que argumentando para que eu ficasse com ela. Admito que me pegou de surpresa - com mais alguns segundos talvez eu tivesse duvidado de uma mão firme e áspera - mas ela era realmente feminina e realmente gostosa e bonita inclusive.
Em seguida ela já me largou e seguimos nossos caminhos.
A questão é que o episódio todo me deixou uma sensação boa, cheguei em casa 2 minutos depois com um sentimento bom no coração. Sei que parece ridículo, mas pra falar a verdade a prostituição em si nunca me incomodou, talvez por ter presenciado tanto nos bairros em que morei em SP (butantã e na augusta), mas também por achar algo natural da sociedade, algo que tem que ser encarado com leveza, naturalidade. Tirando isso, a forma carinhosa e até divertida com que ela tentou me chamar a atenção, sem insistir demais, e as perguntas totalmente diretas e ausentes de preconceito que ela fez, me trouxeram leveza. Eu gostaria de ajudar essa moça, eu quis sorrir pra ela, eu queria sentar pra conversar com ela.
Mas aí foi só isso mesmo e eu achei curioso.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
Happiness
Pois é, provavelmente todo esse desespero é culpa minha mesmo. Isso porque tem uma frase que de tempos em tempos volta sem o menor aviso e vem pra me dar um só grande tapa, do lado esquerdo do rosto, como que ultrajada por eu ter esquecido dela. Como um menino da roça desatento toma um novo coice por repetir o mesmo erro estúpido de andar atrás do gado.
"A felicidade só é real quando compartilhada."
Talvez ela nem seja totalmente verdade, mas talvez ela seja algo como 80 ou 90% verdade. E eu teimo em levar ela com leviandade, com pouca atenção.
É uma verdade geral humana, claro, e com certeza é exatamente por isso que as redes sociais e todo esse compartilhamento potencializado da vida social das pessoas existe com tanta força. Parece comercial mas não é: um momento feliz se torna realmenre mais feliz se você o compartilha mais.
Em situações mais extremas, o próprio sentido do momento se perde se ele não for vivido em grupo de nenhuma forma.
Eu ia agora refletir que isso só é assim porque existe algum valor humano que dá base e motivo pra essa condição. Um valor que de possível existência variável de um humano pea outro. Mas na verdade talvez seja exatamente diferente: por ser essa necessidade de compartilhar tão grande, talvez isso seja inerente a todos mesmo. Talvez possamos definir uma condição humana como algo mais basal que um valor, que pode se modificar.
Insegurança é uma condição humana.
Vida social é uma condição humana. (???)
Provavelmente é sim. Mas a vida social como necesidade não é desdobramento da condição insegurança?
Então vida social é uma necessidade psicológica, proveniente da condição insuperável sa insegurança.
Mas essa realização da felicidade apenas quando compartilhada não é exatamente ligado à insegurança... qual é a condição, a fonte na psique humana que dá existência à necessidade de compartilhar a felicidade?
Vamos ficar com esse pensamento por enquanto.
Boa noite,
aqui de uma Nova Iorque solitária.
sábado, 5 de janeiro de 2013
Ser vivo
Agora, de manha, olhando pra minha perna cheia de pelos claros e com o sol refletindo de canto neles, tive a consciência própria como um ser vivo e pulsante, um claro integrante do reino dos animais. Fiquei feliz.
2013. Estou muito consciente da vida nesse começo de ano. A proximidade de duas mortes de pessoas queridas me fez isso. Pretendo manter esse estado ao máximo e aproveitar a última lição que ambos me deram nessa vida.
sábado, 12 de maio de 2012
o ímpeto
To sem ímpeto de escrever há muito tempo! Por isso mesmo que resolvi vir aqui escrever e ver o que está acontecendo e qual é o problema.
Não sei exatamente pra onde ta indo minha vida. Aquele velho problema: quando a gente diminui o ritmo um pouco e começa a ter tempo demais pra pensar, as coisas parecem estranhas e sem sentido, e deprimentes.
E aí a gente vem escrever né?
Vou escutar um lou reed ou coisa que o valha
não sei o que fazer quanto a nada, quero sentar na minha cama e passar 37 dias me arrastando entre a cama, a sala e a cozinha, com algumas expedições à rua
tenho um problema de consciência.
Minha consciencia pesa pelos mais efêmeros motivos e isso me atrapalha a relaxar. to sem trabalhar pra valer faz tipo 2 semanas e já to achando que eu não tenho o direito de descansar um fim de semana inteiro.
preciso comprar um presente de dia das mães pra mamãe e também reatar com minha namorada. mas eu não tenho realmente vontade ou ímpeto de fazer nenhuma dessas duas coisas.
preciso responder 2 ofertas de trabalho, mas tenho preguiça, preciso preciso e quanto mais eu preciso menos eu quero
A cura poderia ser ver gente mas não é, poderia ser comer, lavar roupa, namorar, descansar, trabalhar, mas nada disso é a cura. Só o trabalho acaba sendo um distrator do problema, mas o problema... o problema mesmo é de dentro, é meu mesmo.
Chamei esse post de IMPETO, porque usei a palavra umas 3 vezes já nesse post. sempre me referindo à falta dele.
Tive uma imagem agora de eu mesmo virando um brinquedo daqueles de corda que anda pra frente e bate os pratos.
Engraçado como ele é um macaco, um macaco é apropriado
Não paro de procurar uma SOLUÇÃO, quase uma MÁGICA, que explique o que ta acontecendo comigo
A solução que cheguei agora é que minha vida tá muito PARADA, NORMAL.
preciso que coisas ZOADAS e MUITO BOAS aconteçam, viver mais "institivamente" como diria Anaïs.
talvez seja isso, quando isso acontece naturalmente as coisas rodam, vão pra algum lugar. eu sinto falta de as coisas irem pra algum lugar, eu não to indo pra lugar quase nenhum há muito tempo pro meu gosto .e não digo só em termos profissionais nem nada, digo em geral, é como se eu tivesse retrocedendo psicologicamente. e é aí que entra o bonequinho que bate os pratos.
enquanto eu puder bater os pratos pelo menos, ainda vai estar beleza.
eu preciso me conectar virtualmente menos. esse tipo de merda ocupa muito tempo da vida sem você perceber, é como se engolisse sua vida muito sutilmente.
vou PARAR de abrir o facebook e entrar no email apenas em momentos ESPECÍFICOS do dia, e assumir os emails que eu não quero responder e deixar eles sumirem nas profundezas do gmail ao invés de deixar eles NÃO LIDOS por meses na primeira página.
Esse tipo de merda parece idiota mas esse é o ponto em que chegamos, cidadão do futuro ou do passado que possa estar lendo isso. Esse tipo de decisão realmente faz diferença na vida de um puto no ano de 2012.
segunda-feira, 12 de março de 2012
BANHO
ou o presente é bom, ou vc escreve sobre ele
isso não é 100%, mas é grande parte do tempo.
sabe que vc sempre vai pensar em coisas interessantes durante o banho e vai sentir aquela urgência de pegar um pc, ou um papel e caneta, mas o banho vai estar gostoso demais pra qualquer uma dessas coisas
Nao me reconheci agora, talvez seja a ambição. É boa
né?
Eu vou sobreviver com certeza
Mudar é bom. isso com certeza
o jaazz me diz isso (quase disse dizia, mas ainda me diz)
Só preciso escrever pra alguém. talvez isso seja melhor.
A gente só deve crer no seu eu presente. senão entra-se num vício de dúvida.
e aí com certeza não serve pra nada
acredite no efetivo e no prático e no presente e no real
e de resto no desapego
e a partir daí no que te faz rir e no entretenimento
é, esse ai é o meu post de inicio de 2012